Suporte ao Cuidador Familiar
Participar do processo de degeneração cognitiva ou incapacitação confronta o cuidador familiar com o medo em relação ao futuro do paciente e de si mesmo. Assistir ao seu familiar perder gradativamente sua identidade gera intenso sofrimento e impotência, e o relacionamento com o paciente passa a ser um confronto com múltiplas e cumulativas perdas que precisam ser constantemente adaptadas.
Aceitar a nova realidade será um processo construído aos poucos a partir do convívio com a nova situação e das adaptações graduais que serão realizadas. Aos poucos, aceitando o processo de adoecimento e enfrentando o dia a dia, os sintomas e obstáculos, muitas alternativas são vislumbradas e novos relacionamentos estabelecidos. Além de um tempo de adaptação, os cuidadores familiares precisam de informação, reflexão sobre escolhas e decisões e apoio emocional e social. Bem amparados, eles aprenderão a conviver com a doença e com a pessoa adoecida com qualidade e serenidade.
O suporte ao cuidador familiar tem se mostrado uma alternativa e uma ferramenta eficaz, pois permite:
- Obter informações, aumentando a identificação de sintomas e a adesão ao tratamento.
- Compartilhar vivências e possibilitar a expressão de sentimentos.
- Fomentar a reflexão sobre o papel de cuidador, diminuindo o grau de estresse.
- Promover maior aceitação do quadro de adoecimento e perdas associadas, além de aumento de flexibilidade e adaptabilidade.
- Fortalecer recursos de enfrentamento e desenvolver estratégias mais eficientes para manejo de sintomas cognitivos e comportamentais, melhorando a qualidade de cuidado oferecido.
- Desenvolver formas de relacionamentos mais saudáveis e funcionais, com maior coesão e comunicação familiar.
- Oferecer ambiente apropriado e prazeroso ao familiar-cuidador, com integração social e troca com iguais.