Seja para estudar, se divertir ou se conectar com amigos, a presença da tecnologia é inevitável.
O uso de telas — celulares, tablets, computadores e televisões — já faz parte do cotidiano de crianças e adolescentes. Seja para estudar, se divertir ou se conectar com amigos, a presença da tecnologia é inevitável. No entanto, cresce também a preocupação com os efeitos do tempo excessivo de tela no desenvolvimento infantil, especialmente em aspectos relacionados à saúde física, emocional e social.
Recentemente, sociedades pediátricas internacionais e brasileiras atualizaram suas recomendações, trazendo orientações importantes para pais e educadores sobre como lidar com o uso equilibrado da tecnologia.
Quais são os principais riscos do excesso de telas?
Estudos apontam que o uso prolongado e sem supervisão pode estar associado a:
- Distúrbios do sono;
- Sedentarismo e obesidade;
- Atrasos na linguagem e dificuldades de concentração;
- Problemas emocionais, como ansiedade e irritabilidade;
- Redução da interação social e familiar.
Esses efeitos negativos podem variar conforme a idade, a qualidade do conteúdo acessado e a presença (ou ausência) de acompanhamento dos adultos.
Recomendações atualizadas sobre tempo de tela
Crianças menores de 2 anos
- Não é recomendado o uso de telas, exceto em videochamadas supervisionadas com familiares.
O contato físico, a fala, a leitura e as brincadeiras são muito mais benéficas para o desenvolvimento nessa fase.
Crianças de 2 a 5 anos
- Uso limitado a 1 hora por dia, sempre com supervisão.
- Priorizar conteúdos educativos e interativos.
- Estimular pausas, evitando que o tempo de tela substitua o brincar ativo e as interações sociais.
Crianças de 6 a 10 anos
- Até 1 a 2 horas por dia, com supervisão de pais ou educadores.
- Manter regras claras de horários (por exemplo, nada de telas durante refeições ou próximo à hora de dormir).
- Incentivar atividades físicas e hobbies fora das telas.
Adolescentes de 11 a 18 anos
- Recomendação de até 2 a 3 horas por dia de lazer com telas.
- Importante monitorar o tipo de conteúdo consumido (jogos, redes sociais, vídeos) e promover o uso consciente.
- Priorizar equilíbrio entre estudos, descanso, vida social e tecnologia.
Como os pais e educadores podem ajudar?
- Criar rotinas digitais com horários definidos.
- Incentivar conteúdos de qualidade (educativos, culturais e artísticos).
- Dar o exemplo: crianças e adolescentes tendem a repetir os hábitos digitais dos adultos.
- Propor alternativas fora das telas: leitura, esportes, atividades ao ar livre e momentos em família.
- Observar sinais de alerta: quando a criança se isola, apresenta dificuldades escolares ou perde o interesse por outras atividades, pode ser hora de buscar ajuda profissional.
O desafio não é excluir as telas da vida das crianças, mas sim equilibrar e qualificar o tempo de exposição. Pais e educadores têm um papel fundamental em orientar, supervisionar e criar limites saudáveis, ajudando crianças e adolescentes a desenvolverem uma relação positiva com a tecnologia.
Com atenção, diálogo e presença, é possível garantir que o uso das telas seja um aliado do aprendizado e da diversão, sem comprometer a saúde e o desenvolvimento.

Fontes
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – Manual de Orientação: Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital (2021).
- American Academy of Pediatrics (AAP) – Media and Children Communication Toolkit (2020).
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Diretrizes sobre atividade física, comportamento sedentário e sono para crianças menores de 5 anos (2019).