O aleitamento materno (AM) é uma prática que deve ser considerada como uma estratégia para promoção de saúde, pois o leite materno é o melhor alimento para os bebês, com benefícios a curto e longo prazo, e que se estendem até a vida adulta, quando comparado ao leite artificial.1,2,3,4
Dentre as vantagens do aleitamento para a mãe, pode-se citar melhor recuperação com menos perda sanguínea após o nascimento, devido à diminuição da hemorragia pelo aumento dos níveis de ocitocina (estimulando a contração uterina), retardo na ovulação e menstruação (por pelo menos 20 ou 30 semanas), contribuição para a saúde e bem-estar, redução do risco de câncer ovariano e de mama.5
As vantagens verificadas para o bebê são: diminuição na ocorrência de leucemia linfocítica aguda e leucemia mielóide aguda, diminuição da síndrome de morte súbita e o desenvolvimento de asma, diabete melitus e obesidade, redução da mortalidade infantil, fornecimento de componentes protetores, além de contribuir para o fortalecimento do vínculo mãe-bebê.1,4,6,7,8
Nesse sentido, para que esses benefícios sejam garantidos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam o contato pele a pele imediatamente após o nascimento por pelo menos uma hora, prestar auxílio no aleitamento materno, se necessário; manter a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida (que irá fornecer toda energia e nutrientes necessários ao ótimo desenvolvimento do bebê), alimentação complementar a partir dos seis meses com a continuação da amamentação até os dois anos ou mais.5,9
Porém, sabe-se que muitas mulheres voltam ao mercado de trabalho após o término da licença maternidade, por volta dos 4 a 6 meses, o que dificulta muito a manutenção do aleitamento materno, já que os bebês ficam sob os cuidados de terceiros, sejam parentes, creches ou babás.
E o que acontece é a introdução de leite artificial através de mamadeiras, mesmo a mãe ainda amamentando e com a produção de leite excelente, pois não houve orientações sobre como ordenhar, armazenar no congelador e utilizar esse alimento tão especial.
E com essa nova rotina, o bebê acaba perdendo a oportunidade de receber o melhor alimento para ele e a mãe começa a perceber a diminuição da produção do leite, pois ao longo do dia, já não realiza mais a ordenha.
Uma opção para a mulher garantir que seu filho continua recendo seu leite seria a oferta do mesmo, seja em copinho (mais adequado e indicado), o que depende de alguns fatores para o sucesso do seu uso, como a própria aceitação pelo bebê, pois estava acostumado com a mama, e o treino das pessoas responsáveis pelo seu cuidado, como as babás.
É possível, sim, aprender a manusear o leite materno que foi ordenhado e armazenado em congelador e oferta-lo ao bebê, da maneira mais adequada a cada família.
Nós podemos auxiliá-la nesse momento tão importante para o crescimento e desenvolvimento do seu filho, através da capacitação das babás, com orientações e supervisão de todo o procedimento.
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Sheila Gonzalez – Possui Graduação em Enfermagem pela Unifesp (2002). Mestre em Ciências da Saúde pela Disciplina de Urologia (Urologia Feminina e Bexiga Neurogênica) do HC da FMUSP (2010). Pós-graduada em Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro Universitário São Camilo (2015). Foi Membro da International Lactation Consultant Association (ILCA), Curso de Manejo Clínico em Aleitamento Materno, Laserterapia no Tratamento de Lesões Pós-Parto e Cuidado Perineal na Gestação, Parto e Pós-Parto.
Fundadora da Lótus Feminino, empresa de Cuidados à Saúde da Mulher (Tentantes, Gestantes, Puérperas, Adolescentes e Idosas), com enfoque em Reabilitação do Trato urinário Inferior (uso de Epi-No e Modificações Comportamentais), Amamentação e Laserterapia para Fissuras Mamárias, Cursos para Gestantes e Palestras para Empresas, com temas diversos, como Volta ao trabalho após o nascimento do filho (Como ordenhar e armazenar o leite materno), Preparando-se para o Parto Normal, Aconselhamento sobre Amamentação, Gravidez na Adolescência, entre outros.
Referências